Estávamos um pouco molhados,
ficamos na cozinha fazendo um lanche. Até que uma moça alta e bonita entrou na
cozinha, ela era muito parecida com Hank, só que mais firme e séria.
-Hank – falou a moça – Soube do
que ouve, sabe ontem a noite no bairro do clube boliche – ela falava com os
olhos arregalados e com os olhos arregalados e sérios.
-Ei – falou ele olhando para mim
– Acho que o Ben pode nos ajudar, o pai dele é da policia, ele pode pegar umas
informações para nós.
-Digo que não devemos trazer
ninguém de fora – disse ela me encarando.
-Ei Cina, irmã. Ben é meu amigo,
é de confiança, precisamos de ajuda, nunca vamos conseguir isso sem alguém com
acesso na policia, sabe que eles se recusam a ver a verdade, eles tem provas,
tem até dentes, pelo menos foi oque ouvir dizer.
Ela olhou para mim e para Hank e
respirou fundo.
-Ok – falou ela batendo as mãos
como se houvesse sido vencida.
-Do que estão falando? –
perguntei olhando para os lados, porque eles não falavam logo.
-Feche a casa, garanta que
ninguém está ouvindo, tranque as janelas – ordenou Cina.
Hank correu fazendo tudo que ela
mandava, e eu continuava em pé esperando explicações. Sobre o que eles falavam,
Hank pedia para que eu fizesse parte, mais fazer parte de que afinal?
Hank começou.
- Ben, a uma coisa que queremos
te perguntar.
-Pois digam – ordenei – Porque
não falam logo e pronto.
- É algo delicado – ele enrolou
um pouco mais.
-Sabemos o motivo de tantos
assassinatos, desaparecimentos, ataques de animais selvagens – ela riu, como se
tivesse graça o que dizia – Sabemos o real motivo desses ataques, o que tanto
a policia tenta esconder.
-Do que vocês estão falando.
-Sugadores de sangue, rasgadores
de carne, vampiros , garoto, vampiros! – disse ela esbravejante.
-ESTÃO BRINCANDO, CERTO? –
gargalhei.
-Não, por favor Ben. Não ria –
implorou Hank.
Em um instante Cina pulou em cima
de mim me jogando no chão, uma faca foi apontada no meu pescoço. Meu coração se
acelerou.
-Cina, Cina – gritava Hank, mais
ele não encostou nela, Cina era forte de mais, até para nóis.
-Acha que estou brincando,
garoto. Acha que inventei isso porque não tenho nada para fazer? – seu olhar
era relutante e bravio.
Ela deu uma gargalhada irônica.
Seus olhos se encheram de agua.
-Quando eu tinha dez anos, meus
pais foram sugados até a morte por esses malditos sangue sugas, e eu só
sobrevivi porque me fingi de morta. Eles mataram tantas pessoas, crianças, meus
pais, naquele dia que nem sabiam mais quem tinha atacado e quem permanecia
vivo, eu e meu irmão crescemos em orfanatos, até eu completar 16 anos e
arranjar trabalho, tive que me emancipar, e ao Hank também, para morarmos
sozinhos, para termos uma vida normal juntos. Mais minha vida NUNCA vai ser
normal, eu nunca vou esquecer aqueles dentes entrando na carne das pessoas que
eu mais amava e tirando elas de mim, e tudo que eu puder fazer para destruir
todas essas aberrações da natureza, eu vou fazer, mesmo que tenha que matar,
mesmo que eu seja presa, eu NUNCA vou deixar de lutar por aqueles que eu amo.
Eu prometi isso ao Hank e a mim mesma, então não diga que não é real!
Finalmente ela saiu de cima de
mim me libertando, meu corpo estava dolorido, e avia um pequena ferida da faca
no meu pescoço. Me levantei e recuperei o ar.
-Está tudo bem, cara?
-Sim – falei respirando fundo.
- Desculpa ela por isso – ele fechou
os olhos tristemente – Se você visse um, em ação, se eles tirassem alguém que
você ama de você, você não seria diferente dela.
-Ok, tudo bem – falei um pouco
relutante ainda.
-Não precisa acreditar. Mais se
puder ajudar.
Fomos para sala, Cina bebeu um
copo de agua e se acalmou. Nos sentamos no sofá, como eu uma reunião
-O que vocês fazem? – eu
perguntei, ainda um pouco duvidoso dessa historia.
- Investigamos, ultimamente tem
sido mais frequente – disse Hank – Cina acha que algo grande está para
acontecer. Nunca foram tantas mortes.
-Nem na época do grande
sacrifício – falou Cina com um olhar fulminante.
-GRANDE SACRIFICIO. Está tirando
uma com minha cara – isso tudo era sério mesmo?
-Um vampiro que carrega toda a
força, um reprodutor.
-Reprodutor ? - perguntei
-Francamente – falou Cina – Não
sabe nem o básico sobre eles?
-Me desculpe se não sou fã de
crepúsculo – zombei, eu já até tinha lido um dos livros, eu havia gostado, mais
era mais coisa de mulher, eu não era tão romântico, ou pelo menos não tinha
achado um motivo para ser.
- Vampiros reprodutores – Dois
vampiros possuem um filho também vampiro do sexo masculino, um vampiro e um
humano possuem um mestiço, um vampiro com presas mais sem poderes, tanto do
sexo masculino quanto do sexo feminino. Mais um
vampiro de linhagem real não importa se seja com um humano ou um
vampiro, nasce um vampiro do sexo feminino, ou seja um reprodutor fiel da sua
raça. Mestiços e nem vampiros do sexo masculinos passam a genética vampírica
para as próximas gerações, já um vampiro puro sim.
-E o que isso quer dizer? –
perguntei rapidamente, era muita coisa de uma vez só.
- Uma reprodutora é como ouro, é
rara, mantendo a reprodutora viva, a raça dos vampiros se mantem vivo, se não,
basta uma estaca de madeira e todos já eram – sorriu ela que pela sua feição,
estava imaginando a cena.
-Uma garota então, quer dizer que
vão matar uma garota?
-Não uma garota qualquer. Uma
vampira é sensual, é irresistível, inteligente, rápida, não vai deixar ninguém
que lhe faça mal se aproximar.
-Quem é ela? – perguntei sem
hesitar.
-Uma mulher, pelos meus cálculos –
falou Cina – Pela contagem das luas. Temos que descobrir, e mata-la, antes que
seja tarde de mais.
Fui para casa assim que a chuva
passou, prometi a Hank que pesquisaria sobre os casos em Village Wood, para que
eu acreditasse mais na escola.
Não estava muito crente nisso,
essa historia de vampiros não me desciam a garganta. E peguei no sono.
Capitulo
8
Senti um toque,
suave e gostoso no meu rosto, algo macio e sereno acariciar minha bochecha.
Abri os olhos devagar, estava sonolento. Avistei o rosto angelical de Holly.
Sua mão tocava suavemente meu rosto.
-Está
tentando me seduzir enquanto eu durmo? – brinquei arrancando um sorriso de seu
rosto.
-Não –
ela sorria – Seu bobo – seu sorriso era lindo – Você não apareceu, já é noite.
Por um estante
havia me esquecido que sairia com Holly a noite como fazia todos os dias.
-Desculpa
– falei me sentando na cama – Acabei dormindo.
-Percebi
– ironizou ela.
-Então
resolveu me fazer carinho até acordar – brinquei.
-Não.
Só achei que você ficava lindo dormindo então não quis te acordar. E além do
mais não se deve acordar alguém, pode fazer ela acordar de um sonho perfeito ou
salva-la dos piores do pesadelos.
Ri, era
magico como Holly sempre tinha algo especial e diferente para falar.
-De
onde você tira essas coisas criança? – perguntei olhando em seus olhos magníficos.
-Eu não
sei, acho que ouvi falar – ela sorriu.
Ouve um
minuto se silencio.
-Porque
não ficamos aqui, meu pai não vai permitir que saímos, por causa das coisas que
andam acontecendo, ele acha perigoso de mais para você.
-Não
acho que seja perigoso – ela deu um meio sorriso – Quem me faria mal?
Era uma boa pergunta,
era só olhar para Holly para esquecer qualquer maldade que tivesse em mente.
Mais um animal selvagem não teria um pensamento assim.
-Ei –
falei mudando de assunto, enquanto Holly se ajeitava na cama de frente para
mim, se sentando em perninha de índio como sempre fazia – Porque não vai para a
escola.
Seu rosto ficou sério.
-Como?
– perguntou ela.
-Escola
Holly, não é tão monstruoso assim. Tutores, isso é coisa do passado, na escola
tem o clube de artes, de basquete – disse me animando – torcida, campeonatos,
trabalhos em grupo, recreios, fofocas.
-Não
gosto de escola.
-E de
pessoas – resmunguei – Qual o problema Holly, porque não? Não te vejo falando
com ninguém além de mim e do meu pai. Não tem amigos, isso não é bom. Precisa
de uma amiga garota para conversar e fazer essas coisas de garotas.
-Não –
falou ela – Não preciso. Tenho tudo que quero.
-Não,
não tem. Não tem uma casa onde passa ficar enquanto sua mãe recebe os clientes,
não tem amigas, não tem um pai. Porque não ir?
Ela não falou nada, apenas me
olhou emburrada, talvez eu tivesse pegado um pouco pesado. Mais eu só queria o
bem dela.
-Não
falo para te chatear – falei passando a mão em uma mecha de seu cabelo.
- Mais
me chateou – assumiu ela com um olhar triste.
LEGAL.
Agora me sentia culpado por magoar Holly, porque eu tinha que falar isso. Em
especial de sua mãe e de seus clientes.
- Só
achei que seria legal estudar com você, seria mais um assunto para falar, e não
só o passado – falei.
-Acha
isso mesmo?
-Claro
que sim – falei enquanto assentia com a cabeça – É minha melhor amiga Holly.
Gosto de você.
-Se eu
for para a escola – começou ela – Nada vai mudar certo?
-Mudar?
– do que ela estava falando.
- Não
vai deixar de gostar de mim, certo?
-Porque
está falando isso Holly, não faz sentido.
-Promete.
-Prometer
o que Holly, que criancice – eu percebi seu olhar acusador e me rendi – Tudo
bem, o que devo prometer?
-Que
nada vai mudar que não importa o que digam nada vai mudar.
-Prometo
– assenti mais uma vez com a cabeça – Mesmo não fazendo ideia do motivo.
Ela se
levantou.
-Onde
vai?
-Casa.
-Achei
que sua mãe estivesse... – não ousaria continuar.
-Deve
ter acabado.
-Tudo
bem então – acenei com a cabeça – Tchau.
-Tchau,
falou ela caminhando para a saída do quarto.
-Ei
Holly- completei – Obrigada por me acordar, era um pesadelo.
-De
nada – falou ela serenamente.
Olhei
pela janela após Holly deixar a casa, sabia que Marcy ainda não havia terminado
seu turno, as luzes ainda estavam apagadas. Holly seguiu pela rua e pegou o
atalho pelo bosque. Sabia que ela ia para o deposito, a verdadeira casa dela.
Onde sempre íamos.
Teria
me levantado para ir também, mais estava tentando me lembrar do pesadelo, mais
sei que tinha a ver com o que Cina havia dito enquanto mantinha a faca em meu
pescoço.
Capitulo
9
Mesmo tendo dormido cedo e não
acordado durante a madrugada nenhuma vez, eu estava exausto. Quase não aguentei
ir para a escola. Começava a me perguntar por que Village Wood não tinha os esnobados
ônibus amarelos, escolares, estava cansado de pegar aquele frio da manha.
Chegando a escola, estava
realmente sonolento. Tanto que Emm havia me dado um susto enquanto me agarrava
por trás e me dava bom dia, como fazia com todo mundo. Infelizmente eu ainda
não tinha progredido muito no assunto Emma Grimmer, que ainda era fiel a
satisfazer seus amigos do futebol americano, mais pelo o que eu ouvi por aí –
na escola – tenho chances com ela.
- Ei – falou Hank vindo de algum
lugar sorrateiramente.
-Ei – ele sabia que eu não havia
esquecido do que tínhamos conversado com Cina.
O corredor estava lotado, o sinal
estava prestes a bater. Falava de basquete com Hank, apesar de todo papo furado
de vampiros, ainda tínhamos um campeonato pela frente. Mais algo me chamou mais
atenção, uma pessoa, uma menina, uma mulher. No fim do corredor vinha, ela, o
corredor largo e cheio de armários – e alunos- no fim dele a porta vermelha de
entrada na escola, e lá estava ela, chegando, como eu havia pedido. Holly.
Naquele momento Holly havia
deixado de ser a minha vizinha e se tornado a menina mais sexy de Village
Wood, as roupas que Holly usava a
desvalorizava completamente, mais o uniforme, como eu disse antes, o mais
votado pelos garotos a transformavam em uma mulher. A blusa branca se espremia
nos seios e folgava nos ombros, estava engomadinha mais por fora da saia, o que
até onde sei era proibido, sua saia modelava seu quadril fino mais davam mais
volume ao seu “ bumbum”, e suas pernas... E eu não deveria estar olhando assim
para ela. Tão vulgarmente.
Cochichos
correram o corredor. Holly ainda não havia me visto, ela ainda estava longe,
mais eu não pude deixar de nota-la. Ela
parou em frente a um armário logo no começo, não devia ser nem o de numero 010,
era logo uns dos primeiros. Que eram bastante difíceis de conseguir. Mais era o
dela. Ninguém havia parado ainda de comentar. Hank e eu nos juntamos a alguns
atletas que estavam sentados em um banco no pátio, só um corredor depois do
nosso. Queria ter ido falar com Holly, mais eu ainda tinha muito tempo para
isso.
-Vocês
estão sabendo que a data do campeonato mudou – falou Hank.
-E vai
ser para antes – completou um dos meninos que não pude lembrar o nome.
-Assim
não dá.
-Também
anteciparam a de futebol – falou Emm se juntando a nós junto com um menino do
seu time.
-Eles vão
nos prejudicar – comentei.
-Ei Meg
– falou Mel - o que tanto olha.
-A
Miller – falou devagar – Holly Miller.
Todos
viraram para olhar também. Afinal como conheciam Holly, ela já havia estudado
aqui antes? Achei que sempre tinha sido ensinada por tutores.
-O que
ela está fazendo aqui? - perguntou
Sarah, uma menina da torcida do basquete, naquele momento eu senti que havia
algo errado.
-O que
há de errado? – perguntei.
-Ela
não devia ter voltado – resmungou Sarah – Achei que ela havia ido embora de
Village Wood, devia ir.
-Isso
não vai dar certo – falou Hank – Sarah, não vá comprar briga, não vale a pena,
não se meta com isso outra vez.
-Ela
está voltando porque quer – confirmou Sarah, se retirando.
-O que
há de errado com Holly Miller? – perguntei temeroso. Ninguém respondeu.
-A
vadia deve estar com saudades da escola – disse Emm terminando a frase com uma
gargalhada, que levou varias pessoas rirem.
Meu
sangue subiu a cabeça ao ouvir Emm falando isso dela. Apenas sai do meio deles
sem dizer nada e andei em direção a Holly ainda no armário. Eles ficaram me
fitando de longe, podia sentir seus olhares me fuzilarem.
- Holly
– falei por trás dela. Ela se virou com o seu lindo sorriso de sempre.
-Bem –
disse suavemente – Estou aqui, está vendo?!
-Estou
– sorri – E está linda.
A segurei pelo braço erguido enquanto ela dava uma voltinha
para mostrar o uniforme.
-Obrigada
– falou ela meio sem jeito.
-Como
conseguiu o uniforme tão rápido? O meu demorou dias.
-Eu...
Eu já tinha.
-Já
estudou aqui? – ela assentiu – Porque não me disse?
-Odeio
a escola Bem – assumiu Holly – Vim porque pediu, e além do mais, o dinheiro dos
tutores foi cancelado a um mês, e minha mãe não tem como paga-los, o trabalho
está dando pouco dinheiro.
-Sinto
muito – dei um sorriso acolhedor.
-Não
tem problema –falou ela - Estudar com você vai ser o máximo. Como você disse
vamos ter algo além do passado.
-É isso
aí.
- Até a
aula – vou passar na diretoria para anunciar a minha entrada.
-Até
logo – acenei – A proposito, qual o numero do seu armário?
-É o primeiro – gritou ela já de longe.
Holly
devia estudar lá a muito tempo, seu armário era o de numero 001. O único com a
porta diferente, por que?
-Porque
estava falando com a aprendiz de biscate? – falou Mel erguendo as sobrancelhas.
-Aprendiz
de biscate? – fiquei chocado – Cala a boca Mel.
-Qual o
seu problema, Ben? – disse ela me dando um tapa no peito - Vai ganhar o que cantando a Miller.
-Não
estava cantando, a conheço, só isso - expliquei – Ela é minha vizinha –
completei.
-Sua
vizinha? – perguntou Hank.
-Qual o
problema? – Mel estava rindo junto com Emm.
-E
quanto ela cobra?
-Francamente,
vocês são uns idiotas, só porque a mãe dela prefere fazer isso não quer dizer
que ela também seja assim.
-Ele
deve ter dormido com ela e não deve ta querendo contar – brincou Emm.
-E eu
achava a Holly infantil, mais sabe de uma coisa – encarei Emm – Ela é muito mais
madura que todas vocês.
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