sábado, 1 de setembro de 2012

Web Encabulado parte 5


Estávamos um pouco molhados, ficamos na cozinha fazendo um lanche. Até que uma moça alta e bonita entrou na cozinha, ela era muito parecida com Hank, só que mais firme e séria.
-Hank – falou a moça – Soube do que ouve, sabe ontem a noite no bairro do clube boliche – ela falava com os olhos arregalados e com os olhos arregalados e sérios.
-Ei – falou ele olhando para mim – Acho que o Ben pode nos ajudar, o pai dele é da policia, ele pode pegar umas informações para nós.
-Digo que não devemos trazer ninguém de fora – disse ela me encarando.
-Ei Cina, irmã. Ben é meu amigo, é de confiança, precisamos de ajuda, nunca vamos conseguir isso sem alguém com acesso na policia, sabe que eles se recusam a ver a verdade, eles tem provas, tem até dentes, pelo menos foi oque ouvir dizer.
Ela olhou para mim e para Hank e respirou fundo.
-Ok – falou ela batendo as mãos como se houvesse sido vencida.
-Do que estão falando? – perguntei olhando para os lados, porque eles não falavam logo.
-Feche a casa, garanta que ninguém está ouvindo, tranque as janelas – ordenou Cina.
Hank correu fazendo tudo que ela mandava, e eu continuava em pé esperando explicações. Sobre o que eles falavam, Hank pedia para que eu fizesse parte, mais fazer parte de que afinal?
Hank começou.
- Ben, a uma coisa que queremos te perguntar.
-Pois digam – ordenei – Porque não falam logo e pronto.
- É algo delicado – ele enrolou um pouco mais.
-Sabemos o motivo de tantos assassinatos, desaparecimentos, ataques de animais selvagens – ela riu, como se tivesse graça o que dizia – Sabemos o real motivo desses ataques, o que tanto a  policia tenta esconder.
-Do que vocês estão falando.
-Sugadores de sangue, rasgadores de carne, vampiros , garoto, vampiros! – disse ela esbravejante.
-ESTÃO BRINCANDO, CERTO? – gargalhei.
-Não, por favor Ben. Não ria – implorou Hank.
Em um instante Cina pulou em cima de mim me jogando no chão, uma faca foi apontada no meu pescoço. Meu coração se acelerou.
-Cina, Cina – gritava Hank, mais ele não encostou nela, Cina era forte de mais, até para nóis.
-Acha que estou brincando, garoto. Acha que inventei isso porque não tenho nada para fazer? – seu olhar era relutante e bravio.
Ela deu uma gargalhada irônica. Seus olhos se encheram de agua.
-Quando eu tinha dez anos, meus pais foram sugados até a morte por esses malditos sangue sugas, e eu só sobrevivi porque me fingi de morta. Eles mataram tantas pessoas, crianças, meus pais, naquele dia que nem sabiam mais quem tinha atacado e quem permanecia vivo, eu e meu irmão crescemos em orfanatos, até eu completar 16 anos e arranjar trabalho, tive que me emancipar, e ao Hank também, para morarmos sozinhos, para termos uma vida normal juntos. Mais minha vida NUNCA vai ser normal, eu nunca vou esquecer aqueles dentes entrando na carne das pessoas que eu mais amava e tirando elas de mim, e tudo que eu puder fazer para destruir todas essas aberrações da natureza, eu vou fazer, mesmo que tenha que matar, mesmo que eu seja presa, eu NUNCA vou deixar de lutar por aqueles que eu amo. Eu prometi isso ao Hank e a mim mesma, então não diga que não é real!
Finalmente ela saiu de cima de mim me libertando, meu corpo estava dolorido, e avia um pequena ferida da faca no meu pescoço. Me levantei e recuperei o ar.
-Está tudo bem, cara?
-Sim – falei respirando fundo.
- Desculpa ela por isso – ele fechou os olhos tristemente – Se você visse um, em ação, se eles tirassem alguém que você ama de você, você não seria diferente dela.
-Ok, tudo bem – falei um pouco relutante ainda.
-Não precisa acreditar. Mais se puder ajudar.

Fomos para sala, Cina bebeu um copo de agua e se acalmou. Nos sentamos no sofá, como eu uma reunião
-O que vocês fazem? – eu perguntei, ainda um pouco duvidoso dessa historia.
- Investigamos, ultimamente tem sido mais frequente – disse Hank – Cina acha que algo grande está para acontecer. Nunca foram tantas mortes.
-Nem na época do grande sacrifício – falou Cina com um olhar fulminante.
-GRANDE SACRIFICIO. Está tirando uma com minha cara – isso tudo era sério mesmo?
-Um vampiro que carrega toda a força, um reprodutor.
-Reprodutor ?  - perguntei
-Francamente – falou Cina – Não sabe nem o básico sobre eles?
-Me desculpe se não sou fã de crepúsculo – zombei, eu já até tinha lido um dos livros, eu havia gostado, mais era mais coisa de mulher, eu não era tão romântico, ou pelo menos não tinha achado um motivo para ser.
- Vampiros reprodutores – Dois vampiros possuem um filho também vampiro do sexo masculino, um vampiro e um humano possuem um mestiço, um vampiro com presas mais sem poderes, tanto do sexo masculino quanto do sexo feminino. Mais um  vampiro de linhagem real não importa se seja com um humano ou um vampiro, nasce um vampiro do sexo feminino, ou seja um reprodutor fiel da sua raça. Mestiços e nem vampiros do sexo masculinos passam a genética vampírica para as próximas gerações, já um vampiro puro sim.
-E o que isso quer dizer? – perguntei rapidamente, era muita coisa de uma vez só.
- Uma reprodutora é como ouro, é rara, mantendo a reprodutora viva, a raça dos vampiros se mantem vivo, se não, basta uma estaca de madeira e todos já eram – sorriu ela que pela sua feição, estava imaginando a cena.
-Uma garota então, quer dizer que vão matar uma garota?
-Não uma garota qualquer. Uma vampira é sensual, é irresistível, inteligente, rápida, não vai deixar ninguém que lhe faça mal se aproximar.
-Quem é ela? – perguntei sem hesitar.
-Uma mulher, pelos meus cálculos – falou Cina – Pela contagem das luas. Temos que descobrir, e mata-la, antes que seja tarde de mais.

Fui para casa assim que a chuva passou, prometi a Hank que pesquisaria sobre os casos em Village Wood, para que eu acreditasse mais na escola.
Não estava muito crente nisso, essa historia de vampiros não me desciam a garganta. E peguei no sono.



Capitulo 8


    Senti um toque, suave e gostoso no meu rosto, algo macio e sereno acariciar minha bochecha. Abri os olhos devagar, estava sonolento. Avistei o rosto angelical de Holly. Sua mão tocava suavemente meu rosto.
                -Está tentando me seduzir enquanto eu durmo? – brinquei arrancando um sorriso de seu rosto.
                -Não – ela sorria – Seu bobo – seu sorriso era lindo – Você não apareceu, já é noite.
   Por um estante havia me esquecido que sairia com Holly a noite como fazia todos os dias.
                -Desculpa – falei me sentando na cama – Acabei dormindo.
                -Percebi – ironizou ela.
                -Então resolveu me fazer carinho até acordar – brinquei.
                -Não. Só achei que você ficava lindo dormindo então não quis te acordar. E além do mais não se deve acordar alguém, pode fazer ela acordar de um sonho perfeito ou salva-la dos piores do pesadelos.
                Ri, era magico como Holly sempre tinha algo especial e diferente para falar.
                -De onde você tira essas coisas criança? – perguntei  olhando em seus olhos magníficos.
                -Eu não sei, acho que ouvi falar – ela sorriu.
                Ouve um minuto se silencio.
                -Porque não ficamos aqui, meu pai não vai permitir que saímos, por causa das coisas que andam acontecendo, ele acha perigoso de mais para você.
                -Não acho que seja perigoso – ela deu um meio sorriso – Quem me faria mal?
 Era uma boa pergunta, era só olhar para Holly para esquecer qualquer maldade que tivesse em mente. Mais um animal selvagem não teria um pensamento assim.
                -Ei – falei mudando de assunto, enquanto Holly se ajeitava na cama de frente para mim, se sentando em perninha de índio como sempre fazia – Porque não vai para a escola.
                Seu rosto ficou sério.
                -Como? – perguntou ela.
                -Escola Holly, não é tão monstruoso assim. Tutores, isso é coisa do passado, na escola tem o clube de artes, de basquete – disse me animando – torcida, campeonatos, trabalhos em grupo, recreios, fofocas.
                -Não gosto de escola.
                -E de pessoas – resmunguei – Qual o problema Holly, porque não? Não te vejo falando com ninguém além de mim e do meu pai. Não tem amigos, isso não é bom. Precisa de uma amiga garota para conversar e fazer essas coisas de garotas.
                -Não – falou ela – Não preciso. Tenho tudo que quero.
                -Não, não tem. Não tem uma casa onde passa ficar enquanto sua mãe recebe os clientes, não tem amigas, não tem um pai. Porque não ir?
                Ela não falou nada, apenas me olhou emburrada, talvez eu tivesse pegado um pouco pesado. Mais eu só queria o bem dela.
                -Não falo para te chatear – falei passando a mão em uma mecha de seu cabelo.
                - Mais me chateou – assumiu ela com um olhar triste.
                LEGAL. Agora me sentia culpado por magoar Holly, porque eu tinha que falar isso. Em especial de sua mãe e de seus clientes.
                - Só achei que seria legal estudar com você, seria mais um assunto para falar, e não só o passado – falei.
                -Acha isso mesmo?
                -Claro que sim – falei enquanto assentia com a cabeça – É minha melhor amiga Holly. Gosto de você.
                -Se eu for para a escola – começou ela – Nada vai mudar certo?
                -Mudar? – do que ela estava falando.
                - Não vai deixar de gostar de mim, certo?
                -Porque está falando isso Holly, não faz sentido.
                -Promete.
                -Prometer o que Holly, que criancice – eu percebi seu olhar acusador e me rendi – Tudo bem, o que devo prometer?
                -Que nada vai mudar que não importa o que digam nada vai mudar.
                -Prometo – assenti mais uma vez com a cabeça – Mesmo não fazendo ideia do motivo.
                Ela se levantou.
                -Onde vai?
                -Casa.
                -Achei que sua mãe estivesse... – não ousaria continuar.
                -Deve ter acabado.
                -Tudo bem então – acenei com a cabeça – Tchau.
                -Tchau, falou ela caminhando para a saída do quarto.
                -Ei Holly- completei – Obrigada por me acordar, era um pesadelo.
                -De nada – falou ela serenamente.
                Olhei pela janela após Holly deixar a casa, sabia que Marcy ainda não havia terminado seu turno, as luzes ainda estavam apagadas. Holly seguiu pela rua e pegou o atalho pelo bosque. Sabia que ela ia para o deposito, a verdadeira casa dela. Onde sempre íamos.
                Teria me levantado para ir também, mais estava tentando me lembrar do pesadelo, mais sei que tinha a ver com o que Cina havia dito enquanto mantinha a faca em meu pescoço.













Capitulo 9


Mesmo tendo dormido cedo e não acordado durante a madrugada nenhuma vez, eu estava exausto. Quase não aguentei ir para a escola. Começava a me perguntar por que Village Wood não tinha os esnobados ônibus amarelos, escolares, estava cansado de pegar aquele frio da manha.
Chegando a escola, estava realmente sonolento. Tanto que Emm havia me dado um susto enquanto me agarrava por trás e me dava bom dia, como fazia com todo mundo. Infelizmente eu ainda não tinha progredido muito no assunto Emma Grimmer, que ainda era fiel a satisfazer seus amigos do futebol americano, mais pelo o que eu ouvi por aí – na escola – tenho chances com ela.
- Ei – falou Hank vindo de algum lugar sorrateiramente.
-Ei – ele sabia que eu não havia esquecido do que tínhamos conversado com Cina.
O corredor estava lotado, o sinal estava prestes a bater. Falava de basquete com Hank, apesar de todo papo furado de vampiros, ainda tínhamos um campeonato pela frente.                                       Mais algo me chamou mais atenção, uma pessoa, uma menina, uma mulher. No fim do corredor vinha, ela, o corredor largo e cheio de armários – e alunos- no fim dele a porta vermelha de entrada na escola, e lá estava ela, chegando, como eu havia pedido. Holly.
Naquele momento Holly havia deixado de ser a minha vizinha e se tornado a menina mais sexy de Village Wood,  as roupas que Holly usava a desvalorizava completamente, mais o uniforme, como eu disse antes, o mais votado pelos garotos a transformavam em uma mulher. A blusa branca se espremia nos seios e folgava nos ombros, estava engomadinha mais por fora da saia, o que até onde sei era proibido, sua saia modelava seu quadril fino mais davam mais volume ao seu “ bumbum”, e suas pernas... E eu não deveria estar olhando assim para ela. Tão vulgarmente.
                Cochichos correram o corredor. Holly ainda não havia me visto, ela ainda estava longe, mais eu não pude deixar de nota-la.  Ela parou em frente a um armário logo no começo, não devia ser nem o de numero 010, era logo uns dos primeiros. Que eram bastante difíceis de conseguir. Mais era o dela. Ninguém havia parado ainda de comentar. Hank e eu nos juntamos a alguns atletas que estavam sentados em um banco no pátio, só um corredor depois do nosso. Queria ter ido falar com Holly, mais eu ainda tinha muito tempo para isso.
                -Vocês estão sabendo que a data do campeonato mudou – falou Hank.
                -E vai ser para antes – completou um dos meninos que não pude lembrar o nome.
                -Assim não dá.
                -Também anteciparam a de futebol – falou Emm se juntando a nós junto com um menino do seu time.
                -Eles vão nos prejudicar  – comentei.
                -Ei Meg – falou Mel - o que tanto olha.
                -A Miller – falou devagar – Holly Miller.
                Todos viraram para olhar também. Afinal como conheciam Holly, ela já havia estudado aqui antes? Achei que sempre tinha sido ensinada por tutores.
                -O que ela está fazendo aqui?  - perguntou Sarah, uma menina da torcida do basquete, naquele momento eu senti que havia algo errado.
                -O que há de errado? – perguntei.
                -Ela não devia ter voltado – resmungou Sarah – Achei que ela havia ido embora de Village Wood, devia ir.
                -Isso não vai dar certo – falou Hank – Sarah, não vá comprar briga, não vale a pena, não se meta com isso outra vez.
                -Ela está voltando porque quer – confirmou Sarah, se retirando.
                -O que há de errado com Holly Miller? – perguntei temeroso.  Ninguém respondeu.
                -A vadia deve estar com saudades da escola – disse Emm terminando a frase com uma gargalhada, que levou varias pessoas rirem.
                Meu sangue subiu a cabeça ao ouvir Emm falando isso dela. Apenas sai do meio deles sem dizer nada e andei em direção a Holly ainda no armário. Eles ficaram me fitando de longe, podia sentir seus olhares me fuzilarem.
                - Holly – falei por trás dela. Ela se virou com o seu lindo sorriso de sempre.
                -Bem – disse suavemente – Estou aqui, está vendo?!
                -Estou – sorri – E está linda.
A segurei pelo braço erguido enquanto ela dava uma voltinha para mostrar o uniforme.
                -Obrigada – falou ela meio sem jeito.
                -Como conseguiu o uniforme tão rápido? O meu demorou dias.
                -Eu... Eu já tinha.
                -Já estudou aqui? – ela assentiu – Porque não me disse?

                -Odeio a escola Bem – assumiu Holly – Vim porque pediu, e além do mais, o dinheiro dos tutores foi cancelado a um mês, e minha mãe não tem como paga-los, o trabalho está dando pouco dinheiro.
                -Sinto muito – dei um sorriso acolhedor.
                -Não tem problema –falou ela - Estudar com você vai ser o máximo. Como você disse vamos ter algo além do passado.
                -É isso aí.
                - Até a aula – vou passar na diretoria para anunciar a minha entrada.
                -Até logo – acenei – A proposito, qual o numero do seu armário?
                -É  o primeiro – gritou ela já de longe.

                Holly devia estudar lá a muito tempo, seu armário era o de numero 001. O único com a porta diferente, por que?
                -Porque estava falando com a aprendiz de biscate? – falou Mel erguendo as sobrancelhas.
                -Aprendiz de biscate? – fiquei chocado – Cala a boca Mel.
                -Qual o seu problema, Ben? – disse ela me dando um tapa no peito  - Vai ganhar o que cantando a Miller.
                -Não estava cantando, a conheço, só isso - expliquei – Ela é minha vizinha – completei.
                -Sua vizinha? – perguntou Hank.
                -Qual o problema? – Mel estava rindo junto com Emm.
                -E quanto ela cobra?
                -Francamente, vocês são uns idiotas, só porque a mãe dela prefere fazer isso não quer dizer que ela também seja assim.
                -Ele deve ter dormido com ela e não deve ta querendo contar – brincou Emm.
                -E eu achava a Holly infantil, mais sabe de uma coisa – encarei Emm – Ela é muito mais madura que todas vocês.

                Os deixei lá, apenas Hank me seguiu. Estava nervoso, como alguém podia chamar Holly daqueles nomes horríveis, ela era tão delicada e angelical, já as meninas da torcida, esses nomes eram “leves” para elas.

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