sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Web Encabulado parte 3


Capitulo 4
Acordei todo dolorido, afinal eu dormi no sofá para que Holly tivesse um lugar para dormir. O despertador ainda estava tocando então o desliguei, me levantei, estiquei a coluna – estalou tudo, me deixando com uma sensação de acordado – esfreguei os olhos, e fui até o segundo andar.
Abri a porta do quarto do papai, ele não havia dormido em casa, droga, dormi no sofá atoa, pensei, esmurrei a porta, mais recolhi a mão imediatamente quando lembrei que Holly dormia no quarto ao lado. Andei um pouco e cheguei no meu quarto, abri a porta de vagar para não acorda-la. Holly estava deitada de lado, com as mãos sob o travesseiro e apoiando a cabeça sobre elas, como uma princesa, sorri um pouco. Mais lembrei que tinha que me arrumar para a escola, então eu entrei no quarto na ponta dos pés e abri o guarda roupa.
Precisava de uma roupa para a escola, não queria usar a mesma de ontem, e ainda tinha que ir a uma costureira. E eu ainda precisava de uma blusa para eu poder usar...
-Vai com a blusa azul claro, combina com o seu cabelo.
Virei com velocidade, Holly estava sentada na cama de perninhas de índio, seus olhos estavam acesos, e ela não estava com nem um pouco de cara de sono.
-Não gosta de azul? – falou ela com sua voz doce de sempre enquanto prendia o cabelo em um coque alto e bagunçado.
-Me assustou – desabafei em fim respirando fundo.
-Desculpe – riu ela – Só queria ajudar, e eu tenho sono leve – disse dando um sorriso delicado e simplório.
-A azul é legal – tirei a blusa do cabide – Tem certeza?

-Claro, a azul fica lindo com seu cabelo preto, te deixa mais charmoso – disse ela sorrindo.
-Hum – analisei a blusa – Gosto de parecer charmoso – brinquei arrancando uma risada da Holly.
Arranquei a blusa de flanela do meu pijama do corpo, que passou suavemente pela cabeça, peguei a blusa azul e passei pela cabeça, e por fim a desamarrotei.  Me olhei no espelho.
-É, não ficou mal.
Holly não falou nada, apenas sorriu. E do nada deu um pulo da cama.
-Vou para casa, Marcy vai me deixar de castigo se eu não aparecer para estudar.
-Onde você estuda, achei que só houvesse uma escola em Village Wood.
-Tutores particulares.
-Sério? Achei que fossem caros – a família Miller não tinha dinheiro para pagar tutores.
- E são, mais alguém paga para mim – ela se endireitou – Eu vou indo então. Boa aula – falou ela fazendo um sinal com a mão, e batendo na minha blusa para que o amarrotado saísse – Devia passar suas roupas.
-Infelizmente eu não sei – também bati na minha blusa para finalizar o trabalho.
-Qualquer dia desses eu te ensino – ela sorriu e saiu do quarto, pude ouvir seus passos leves e rápidos descerem a escada, abrirem a porta e deixar a casa.
Após a saída de Holly, desci e tentei preparar um café, para uma pessoa que nunca fez café na vida até que ficou bem gostoso. Lavei a xícara, e quando dei conta percebi que precisava correr para a escola.

“A escola não tolera atraso” , foi o que Emma Grimmer me disse, faltava alguns minutos quando eu cheguei na escola, após uma corrida, meu coração estava acelerado, me encostei no poste do pátio para eu poder recuperar o folego.
-Nem entrou para o time e já está cansado? – brincou Emma.
-Bom dia – falei recuperando o folego.
-E aí, vai entrar para o time – ela deu um tapinha nas minhas costas me obrigando a seguir em frente – Te aconselho a entrar logo, depois as atividades extras são do tipo impopulares e péssimas.
-Você se preocupa muito com popularidade, Emm – olhei para ela a julgando – O time de basquete não está fechado está?
-A fala sério Ben, basquete? Somos da equipe de lideres de torcida do futebol, te falei ontem. Porque não entra para o futebol, bem melhor.
-Me desculpa Emma, mais futebol e eu não nos damos bem mais o basquete, o basquete é outra coisa.
-Traidor –brincou ela – Talvez minhas amigas não gostem muito de você, como eu disse temos muita rivalidade em Village Wood.
-Só espero que não me torturem – brinquei.
-Só um pouquinho – respondeu ela na brincadeira.
Estávamos caminhando para dentro da escola, o sinal bateu, eu havia chegado na hora e estava feliz por isso. Assim como ontem, quando o sinal bateu todos correram para suas salas. Fiz o mesmo.
Entrando na sala, felizmente Emma havia perdido a entrada na outra classe e acabou caindo na minha, fiquei feliz por vê-la. Ela se sentou em uma cadeira ao lado da minha no fundo da classe.
Ela ficou parte da aula falando com uma garota que estava na frente dela. E assim que bateu o sinal para a troca de aula fez questão de me anunciar.
-Ei Mel – disse ela dando tapinhas no ombro da garota que sentava na umas fileiras na nossa frente – Não que eu tenha que te falar alguma coisa, afinal você é a traidora do basquete, mais eu vou ser gentil – ela foi até onde eu estava e me puxou – Esse é Ben, ele vai fazer o teste para entrar para o time de basquete. E ele é bom – apesar de Emm nunca ter me visto jogando, ela afirmou aquilo, eu era bom, mais imagina se não fosse.
-Nesse caso – Mel se aproximou – É um prazer, Ben. Sei que vai gostar muito mais da galera do basquete, e as meninas também – ela deu um sorriso, Mel era linda, possuía cabelos castanhos soltos e lisos, repousados em cima do ombro, seu uniforme engomadinho te davam um ar de classe, mais ela possuía um olhar sensual, o que me indicava que ela não fazia parte do clube de castidade.
-O prazer é meu – apertei sua mão.
-Ei Brucy, Hank – disse ela se virando para dois garotos que papeavam – Ele vai tentar uma vaga.
-E aí novato, você acha que consegue? – falou o tal do Hank um negro alto e forte, ele também possuíam o ar de nobreza, assim como a garota, talvez todo o time de basquete tivesse esse ar de superioridade, e eu não via a hora de fazer parte desse grupo.
-Creio que sim, posso não me dar bem com as matérias mais na quadra, eu arrebento.
-Confiante – aspirou Hank – Acho que se você manda bem te colocamos no time sem testes, afinal a lista está cheia.
-Como faço para provar a você que mando bem?
-Bate uma bola com agente hoje a tarde – se pronunciou Brucy, que apesar do nome forte era um tanto magricelo, sua pele clara contrastava com seus cabelos loiros mel.
-Quando e Onde?
-Aqui na escola, depois do ultimo sinal, se mandar bem, bem vindo ao time, se não, você corre para os bobões do futebol americano.
-Eii  - protestou Emm, ao ver seu  time ofendido – Os feras são de mais!
-Sim, a equipe de basquete – relutou Mel, jogando sua franja para o lado.
Achei que elas fosse cair na porrada, rolar no chão e puxar o cabelo umas das outras naquele momento, fiquei até feliz porque alguém poderia ter a blusa rasgada e por sorte seria Mel, que tinha bem mais corpo que Emm. Mais nada ocorreu.
No final do dia, estava ansioso para bater o ultimo sinal para mostrar para os feras do basquete quem seria o novo integrante do time. Vibrei e corri para fora da sala quando o sinal bateu, corri para quadra e quando cheguei lá, eles já estavam a minha espera.
-Esses são alguns dos garotos do time – falou Hank – Brucy, que você conheceu mais cedo, Stiff , Billy nosso pivô, Carlitos – falou ele com um sotaque forçado – ele é mexicano e é nosso armador. Nós vamos jogar com você.
Começamos o jogo, no começo achei impossível, eles eram muito bons, mais logo peguei o pique, eles corriam rápido e pulavam com muita destreza. Mais eu também era bom, sempre joguei basquete. Estranhamente no meio do jogo me peguei lembrando de algo que ocorreu a muito tempo atrás.
Eu jogando basquete com Holly, é isso aí, e ela jogava melhor que eu, sim a pequena Holly jogava melhor que eu, mais isso foi a muito tempo. Estávamos no jardim lá de casa, a cesta de basquete estava armada, e não estava enferrujada como hoje esta.
E fiz A cesta, a decisiva. Vencendo o jogo.
No fim de tudo, me sentei nos degraus da arquibancada e enxuguei o suor, estava pingando, mais havia provado o meu valor.
-É cara – disse Hank se sentando do meu lado, também enxugando o suor da testa – Você manda bem, não tanto quanto eu. Mais pode ser um fera – disse ele, fazendo um trocadilho em referencia ao nome do time, os feras – Bem vindo a time.
-Valeu cara – falei sorrindo e apertando sua mão. Hank me parecia uma pessoa muito legal.
 Ele de levantou e seguiu andando, quase no final da quadra ele gritou.
-Ei, novato! – acenou ele – Vai se bom se você andar com agente, vai se enturmar melhor.
-É claro – gritei de volta.
-Até amanha! – gritou ele por fim e saiu da quadra. Sozinho, comemorei a entrada no time, agora eu era um FERA. Village Wood aqui vou eu.
Na saída Emm me apresentou sua melhor amiga e fiel seguidora, Leona, uma menina alta extremamente magra de cabelos cacheados, era como uma modelo, uma supermodelo.
-Eu te vejo amanha? – perguntou Emm, na despedida.
-Claro, afinal agora que sou um Fera oficialmente, não vou querer faltar as aulas, para não deixar o time mal falado – brinquei.
-Olha – falou ela risonha- mais ele está se achando.
-Só um pouquinho – disse como um tchau e segui meu caminho.
Chegando em casa, percebi que me pai havia passado por lá, um bilhete na mesa da cozinha e uma marmita, era tudo que indicava sua passagem pela casa. É eu tinha que admitir, meu pai tinha um papel fundamental na delegacia.




















Capitulo 5

- Aonde vamos minha guia? – perguntei para Holly, que estava sentada no meio fio, assim como na noite anterior.
-Dar uma volta – sugeriu ela com um olha brincalhão, ao mesmo tempo em que se levantava.
Ela estava de pé, e era a primeira vez que eu via Holly vestindo realmente roupas, porque um blusão branco manchado de milk-shake e um pijama não eram bem roupas apresentáveis. Mais dessa vez ela estava com uma calça jeans, por causa do frio e uma blusa de moletom azul claro da Gap. Seu cabelo estava solto e de lado, o que a deixava mais bonita ainda, ela usava um laço vermelho no cabelo, que a deixava ainda mais pálida do que já era.
-Está bonita – falei a examinando. Não sei bem porque, mais mesmo não me lembrando de minha infância com Holly, sentia liberdade para falar muita coisa com ela, e ser eu mesmo.
-Obrigada – ela libertou um sorriso meigo e apertado, sem mostrar os dentes – Então – disse ela ainda com o sorriso – Vamos?
-Claro - fiz um sinal para ela andar na frente.
Andamos até o final da rua e viramos no bairro seguinte, estava esfriando e eu não tinha casaco.
-Ei – comecei – Hoje, na escola, me lembrei de você.
-É? – perguntou ela surpresa – E a que devo essa honra? – brincou ela fazendo uma reverencia
- Basquete – não precisei falar mais nada.
-Ainda joga? – ela se animou, abrindo um sorriso enorme em seu rosto. Um lindo sorriso para um lindo rosto.
-Claro, e que eu me lembre, alguém aí era melhor que eu – impliquei a cutucando na cintura, onde ela sentia muitas cócegas.
-Ainda jogo, mais lá na sua cesta velha – falou ela.
-Na minha cesta? – perguntei estranhando a confissão – Que menina abusada – eu brinquei.
-Sim – disse ela arregalando os olhos – Nossa sexta.
-Tudo bem então se você diz – encerrei o assunto. Mais depois de alguns segundos, Holly caiu na gargalhada, o que me fez rir, mesmo sem ter motivo.
Seguimos conversando até o destino misterioso. Chegamos até um lugar, um galpão. Logo atrás começava a correr um rio que seguia bosque a fora.
-Vem, vamos entrar – disse ela me puxando para dentro.
O galpão tinha cheiro de mofado, e tinha as paredes escurecidas, como as de uma casa incendiada.  Mais era um lugar aconchegante, e um ótimo refugio para o frio. No meio do galpão tinha um sofá.
-Vem senta aqui – disse Holly se jogando no sofá, que rangeu mesmo com seu peso leve.
-O que é isso tudo? – perguntei indicando o galpão com a cabeça.
-É o lugar que eu venho para pensar, para  ficar quando estou triste, ou quando sentar na calçada não basta – explicou ela enquanto eu me sentava.
-Parece ser um lugar maravilhoso – ela revirou os olhos achando que eu falava com sarcasmo – Não é brincadeira. Estou falando sério, eu gostei, tem cara de... casa
-Casa, eu não sei o que é isso.
-Sinto muito - não tinha motivo para eu me desculpar, e sim para a Marcy, antes eu havia sentido atração por ela, mais agora sentia nojo, fazer isso assim, colocar a filha para fora de casa para que ela se divertisse e bancasse suas luxurias, isso me enojava. E me faz ver como a pequena Holly era forte.
-Ei – falou ela comendo algo, ela esticou um saquinho de papel me oferecendo, hesitei por não saber o que era, mais aceitei, era um doce açucarado e delicioso – Sua mãe, como ela está?
-Sério mesmo que quer falar sobre ela Holly?
-Sim, senhorita Davis era muito gentil, me tratava muito bem.
-Sério? – sorri imaginando – Queria me lembrar disso.
-Eu posso te lembrar de tudo, é só perguntar – ela abocanhou outro doce.
-Ok  - falei me sentando de lado no sofá – O que fazíamos nas sextas a noite?
-Pizza na garagem, ouvindo musicas dos anos 80 – disse ela fazendo uma careta – Seu pai adorava.
-Aonde sempre íamos quando passeávamos ?
-Em lugar algum as vezes, saímos sem rumo, nossos pais sempre nos deixavam livres, Village Wood era mais segura.
- Quem era melhor na escola, eu ou você?
-Infelizmente você, mais eu sou melhor no basquete – ela deu um sorriso, erguendo a sobrancelha, era um olhar desafiador – E ainda sou.
-Não sei disso não! –  a desencorajei .
-Qualquer dia desses eu te mostro.
-Quero só ver.
Ficamos conversando alí umas horas, o tempo passou voando, e sempre era assim quando eu estava com Holly. Estava confirmado, eu realmente conhecia Holly, não importava que eu não me lembrasse de praticamente nada, mais eu me sentia a vontade quando estava com Holly, e isso me fazia muito bem.
Comemos o resto do doce, e fizemos até um campeonato para quem acertava mais doce na boca do outro, eu perdi, realmente ela tinha uma ótima mira.                                                                      Quando nos demos conta já passava da meia noite.
-Devemos ir agora, já esta tarde- falei abrindo a apertada passagem do galpão.
-É melhor corrermos, é um tanto perigoso.
-Obrigada por me encorajar – brinquei de um modo sarcástico.
-Foi mal – sorriu ela – Vem, vamos – ela me puxou pelo braço e disparou.
Corremos para casa a toda velocidade, cheguei ofegante na minha casa, exausto. Na minha casa me surpreendi com o ronco vindo do sofá, meu pai estava em casa, tinha algum tempo que eu não o via, apenas recolhi a bagunça da mesinha de centro e fui me deitar.











Capitulo 6



2 meses depois
-Bom dias – falo Emm ainda esfregando os olhos, ela parecia bem cansada.
                -Oi – respondi – Parece cansada.
                -E estou, fiquei fazendo dever até tarde – ela tentava manter os olhos abertos.
                               Eu acreditaria plenamente no que Emma dizia, a não ser pelo fato de Mel, a garota da torcida do basquete ter me falado que ela e Peter Grover haviam saído ontem a noite. Emm era uma boa garota, mais mentia muito, e saia com qualquer um, isso tirava o seu encanto, mais eu ainda estava tendo que controlar minha queda por ela, afinal era só uma amiga, por enquanto.
                -Vem garoto – falo Mel  me puxando pelo braço.
                -Bom dia – falei seguindo seus passos.
                -Bom dia – finalmente ela sorriu como se ao se afastar de Emm fosse mais feliz, mais isso era devido a rivalidade – Vamos o Hank está te procurando.
                -Claro – avistei ele logo afrente de nós, fiz um aceno com a mão e ele respondeu.
                A verdade é que eu e Hank nos demos muito bem, ele era ótimo e amava basquete como eu, ele era bom em historia e eu em matemática, o que dava para trocar favores na hora de estudar, ele adorava milk-shake de chocolate e compartilhávamos nossa paixão secreta por os mais procurados da américa, o programa de TV. Nesses dois meses em que nos conhecemos somos bons amigos.
                E Mel, ela era uma líder de torcida, mais não era promiscua que nem Emm, era dedicada a torcida e não fazia isso para ser popular, era do tipo de garota que tinha maquiagem no rosto e muito cérebro, e não apenas conversas idiotas. O que me atraia muito nela, formamos um grupo, os três mosqueteiros, formados por mim, Hank e Mel. Que como toda garota vem com outra de brinde, e no caso da Mel o brinde era Meg ( irônico não?), elas eram bem diferentes, Meg era mais avoada, mais era uma menina bonita e divertida. Lembro de ter ficado com ela um vez ou outra, afinal não estou morto.
                E já que Emm estava muito ocupada, servindo o time de futebol, eu tinha que esperar. Não estávamos tendo muito coisa interessante na escola, mais o campeonato de basquete estava perto, o que me animou bastante. Eu e Hank passávamos todas as aulas discutindo as jogadas, até que fomos mandados para diretoria por falar em hora oportuna, mais tirando isso está tudo em sua perfeita ordem.                                                                                                                                              Toda a noite saia com Holly e fazíamos nosso programa, e Holly tinha uma imaginação muito fértil, uma lista das coisas que fazíamos ia de escorregar no sabão, pular da ponte, correr atrás das ovelhas no pasto, se esconder no feno da fazenda vizinha, jogar bolas de tintas nas mulheres com casaco de pele que passavam no centro ( admito que isso era um pouco maldoso, mais a cara delas era hilária ), roubar pão da casa de pães, latir para os cachorros e deitar no campo, em uma clareira no bosque e olhar para a lua. Era um tanto divertido, mais com tantos assassinatos e uivos de lobos, excluímos

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