terça-feira, 28 de agosto de 2012

Web Sixteen parte 18


O ônibus não demorou muito para passar, o que mais demorou foi a viagem. Chegando à cidade, fiquei até com dúvidas, o que seria da minha vida agora.
Chegando à minha casa, que ainda estava fechada pela policia. Arranquei as faixas amarelas que a vedavam. Abri a porta, fui até a cozinha e peguei todo o material de limpeza possível.
Comecei pela sala, arrumei toda a bagunça e a policia que se dane. Tenho uma vida para tocar, e se eles não perceberam sou só uma adolescente, e não meus pais mais... E ainda querem ocupar minha casa. Eles que pensem.

Arrumei a casa toda, e fui para meu quarto, já era de manha quando terminei me joguei na cama e finalmente pude dormir. De noite, mais ou menos quando acordei, decidi que tocaria minha vida em frente, que não ia continuar dormindo como sempre fazia. Jantei e me preparei.
No outro dia retomei minha vida, exatamente como era ante de eu fazer dezesseis anos. Decidi voltar no tempo e apagar tudo de ruim que aconteceu. Por isso voltaria para minha antiga escola.
Na entrada da escola, pude ver que todos me encaravam, mas eu não estava nem aí. E também sentia que se alguém me chamasse de Valentina de novo, eu poderia acabar pulando no pescoço da pessoa.
Fui para meu antigo armário, havia coisas de outra pessoa lá dentro. Mas eu não estava a fim de ter que disputar espaço, então aproveitei que todos já me odiavam mesmo, e joguei as coisas que estava lá todas no chão, para quem quisesse ver.
No recreio já estava cansada de todos me olharem. Fui direto para meu armário, não sei se conseguia agüentar aquele clima pesado por muito tempo. Vi Adam no corredor, ele ficou surpreso, uma sensação de ódio me comprometeu, saí do corredor e mudei meu caminho, mas ele veio atrás de mim.
-Emma – ele corria n ao disse nada, só continuei andando.
Mas ele segurou meu braço, ele era muito forte para que eu competisse.
            -Me solta – disse tentando me livrar de sua mão.
            -Não. Não solto! – ele me empurrou, e me prendeu contra o armário, eu não poderia escapar. Ele me olhava com seus olhos verdes, eram tão bonitos e... Mas sempre me lembrava da Jane ao me lembrar de Adam, o que me deixava totalmente vulnerável.
            -Emma – odiava quando ele falava meu nome daquele jeito. Seu cabelo castanho estava caindo sobre os olhos, ele não parecia cansado mesmo depois de ter corrido.
-O que quer?Não pode me deixar em paz, só quero esquecer tudo. Reconstruir minha vida – comecei a chorar, porque eu sempre tinha que chorar?Droga.
-Quero que fique bem – sua voz era doce e suave, assim como seus olhos – Porque disse aquilo?Porque disse que eu era mais que seu amigo?
Não conseguia responde-lo, apenas continuei chorando, tentei mais uma vez me livrar de sua mão, mas era inútil.
-Porque Emma? – ele gritou.
-Porque você é – falei – Sempre foi – minha voz estava tremula, e meus olhos molhados.
Ele me abraçou, me senti uma idiota por sempre me render a ele.Mas eu precisava disso.
-Porque sempre faz isso comigo, Emma? – ele sussurrou no meu ouvido.
-Porque estou apaixonada por você – falei me livrando das lagrimas. Ainda estávamos abraçados.
-Emma.... – Adam sussurrou tão baixinho que mal pude ouvir – Me promete uma coisa?
-Sim – sussurrei de volta.
-Nunca mais me procure de novo, está bem? – ele me soltou, e foi se afastando.
Eu entrei em choque, o que eles quis dizer com aquilo?
-Adam! – porque ele estava fazendo isso? – Está cometendo um erro – gritei.
-Você que cometeu um erro Emma. Não devia ter se apaixonado por mim – ele continuou andando.
Não podia acreditar em suas palavras, nunca ia acreditar. Saí da escola apressada, mas no caminho percebi que tinha alguém atrás de mim, me virei, era Priscila, eu fui na direção dela e a segurei.
-Me deixe em paz!Não termina de estragar meu dia – soltei o braço dela. Mas ela insistiu.
-Acredito em você! – ela disse enquanto continuava a me seguir.
-O que? – perguntei.
-Não foi você que matou Roy, eu acredito em você.
-Agora? – continuei andando, estávamos perto da minha casa. Entrei e bati a porta, mas ela continuou na entrada.
-Acredito em você Emma. Sei o que esta acontecendo, eu te entendo. Posso explicar porque tudo isso aconteceu com você, posso te ajudar – ela fez uma pausa, não podia entender como ela sabia as respostas para as minhas perguntas – Eu quero te ajudar.
Abria porta, me fazer de forte dispensando Pri agora só seria burrice. Precisava de respostas, toda ajuda era bem vinda, mesmo que partisse de Priscila.
-Por quê? – perguntei abrindo a porta - Porque, está acontecendo tudo isso?
Ela se sentou no sofá, eu peguei um copo de água para mim. Estava tremendo. Então ela começou a falar.
-Nunca se perguntou por que se sente vazia?Porque se sente melhor sozinha, prefere dormir a estar com as pessoas...
-Sou solitária – respondi, não era um mistério.
-Não Emma. Você é diferente, não é como um humano.
-O que? – engoli a água toda de uma vez – Sou uma alienígena agora?
-Não é isso Emma. Quero dizer... Tem o sangue manchado.
-Mais uma vez essa historia. O que isso quer dizer? – eu já estava por aqui com essa historia de sangue manchado.
-Quer dizer que você tem um leve distúrbio sentimental, que te leva a matar pessoas. Se alimenta dos momentos bons delas, porque não se sente feliz com nada na sua vida.
-Não sou louca, não tenho vontade de matar pessoas. Nunca tive.
-Agora eu sei – falou ela, bem baixinho.
-O que quer dizer com “agora eu sei”.Achou que eu matei Roy para me alimentar das alegrias dele? – me senti ofendida – Por isso me julgou, me fez aquelas perguntas idiotas.
-Eu sei, eu errei. Mas entenda Emma, você era a única pessoa que eu poderia culpar.
-Por quê?
-Sei o que é ser um sangue manchado Emma, porque eu também sou uma. Entende agora, por isso sei como se sente quando mata alguém. Mas quando descobri que seus pais morreram, sabia que não era você. Matar um estranho é uma coisa, nossa família é outra. Nenhuma sensação no mundo vale esse preço.
-Quer dizer que já matou alguém?
-Um deslize. Mas me arrependo amargamente, na hora é o melhor sentimento do mundo, mas depois é uma praga, algo horrível que te consome.
-Achou que eu tivesse matado Roy, sem querer do mesmo jeito que você – ela não estava mentindo, podia ver nos olhos dela. Ela fez que sim com a cabeça.
Ficamos em silencio por um minuto.
-Meu pai me levou a muitos médicos.Na espoca, fiquei internada por um tempo, mas não foi constatado nenhum problema de cabeça.Porque...não é um problema de cabeça e sim do coração, é sentimental.Não tem “cura”, apenas uma escolha.Matar ou não matar.
-O que você escolheu.
-Não matar, não queria matar ninguém. Nunca valeu a pena. O vazio agente controla, esquece. É difícil, é tentador, mas não é impossível.
-Também escolho não matar – falei, mesmo que essa idéia nunca tivesse passado pela minha cabeça – pensei um pouco – Se podemos escolher, porque a mortes?
-Porque para uns, matar é bem melhor que agüentar o vazio. Alguns dizem que depois de muitos anos ele te consome, vai ficando mais difícil, mais doloroso, e talvez você não sinta mais nada...
-Até que não seria tão ruim, não sentir – suspirei, depois de tudo que me avia acontecido.
-E também... Pelo conselho.
-O que eles são? – finalmente o que eu sempre quis saber.
-Eles nos matam Emma. Todas as pessoas que são como nós, ou como eles chamam sangues manchados. Eles não diferenciam os bons dos maus, os que escolhem matar ou os que escolhem viver com o vazio. Somos todos iguais para eles.
-Eles estão atrás de você? – perguntei angustiada, podia ver o quanto Pri sofria com isso.
-Já estiveram, mas faz muito tempo, não sou mais o alvo deles, Emma.
-Sou eu – falei baixinho, não queria acreditar nisso.
-Eles são preferência, aos mais perigosos. E uma menina que já matou três, acho que tem preferência.
-Mas eu não matei – me defendi.
-Eu sei, mas são as pessoas que estão a sua volta. Normalmente as vítimas de pessoas como nós.
-Nunca machucaria ninguém. Acredita em mim?
-Sim. Por isso quero te ajudar.
-Como posso fugir deles?
-Não tem como fugir, Emma.
-Como assim? – ela quer mesmo me ajudar?Então porque me disse isso?
-Estão te vigiando Emma, a muito tempo.Eles te vigiam até aprender tudo sobre você, até entrarem na sua vida.E um dia tudo acaba.Sabem tudo sobre você, onde vai com quem anda, o que te atinge.

-Por isso mataram meus pais?
-Não foram eles, Emma.
-Como não.
-É contra a regra deles fazer isso.Eles só matam pessoas como nós.
-Então quem foi.
-Alguém como eu, como você. Que sabe tudo sobre você, eu quis matar e jogar a culpa em você. Alguém que você confia.
-Não sei quem pode ter sido – eu estava mesmo preocupada.
-Eles jogaram com você para te testar. Agora vão agir Emma.

Então a morte dos meus pais não tinha a ver com o jogo, foi apenas coincidência. Eu estava cercada de pessoas que queriam me matar, o que ia fazer.
-O que vou fazer?
-Se preparar.
-Me preparar?
-Para enfrentar o conselho Emma. E se tiver sorte, vão descobrir que é inocente antes de te casarem.

Pela noite foi uma tormenta, não consegui dormi. Não pelos sentimentos ruins que sempre me rondaram, e que agora tinha explicação, mas sim pelo que Pri tinha dito. Me cassarem?Era isso mesmo.
Estava com uma sensação muito ruim pela noite, decidi ir a casa de Priscila.Sabia que ela não negaria que eu ficasse lá.
-Emma? Não devia andar aí de noite – ela me colocou para dentro. Eu estava de roupão, mas não me importei.
-Não consegui dormi.
-Não esperava que conseguisse.
-Priscila que está aí? – perguntou o pai dela descendo a escada. Ele parou ao nos ver conversando.
-Pai, ela é a Emma. Ela é como eu – isso pareceu como um cartão de visita, pois o pai da Pri foi correndo para cozinha preparar algo para agente comer. E fez questão de me dar uma cama confortável.
Talvez tenha sido ser bem recebida, ou não estar sozinha. Eu não sei ao certo, mas eu consegui dormir, mas amanha seria um dia muito difícil. Disso eu poderia ter certeza.



 continua.....

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